
A História em linha do tempo do
Terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum
1988
A FUNDAÇÃO
Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda de Ogum, fundou o Axé Abassá de Ogum em 1988, na comunidade de Nova Brasília, nas imediações da Lagoa do Abaeté, bairro de Itapuã (Salvador – BA). Desde sua fundação, o terreiro esteve envolvimento nas lutas por melhorias estruturais da sua comunidade, a partir das lutas desempenhadas por mãe Gilda.
1992
MÃE GILDA E SEU ATIVISTO
Em 1992, mãe Gilda participou ativamente dos protestos que pediam o impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. Sua foto protestando, vestida de trajes do candomblé e com um despacho aos pés, foi estampada na edição histórica de agosto de 1992 da Revista Veja.
1999
A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Essa mesma imagem foi utilizada pela “Folha Universal”, jornal ligado a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), em 1999, trazendo uma tarja preta nos olhos da iyalorixá e com a legenda “Macumbeiros e charlatões lesam o bolso e a vida de clientes”. Além disso, mãe Gilda teve seu terreiro invadido e foi agredida, verbalmente e fisicamente, por seguidores de igrejas neopentecostais.
2000
FALECIMENTO DE MÃE GILDA
Esses acontecimentos abalaram profundamente a saúde de mãe Gilda, que veio a falecer no dia 21 de janeiro de 2000, um dia depois de assinar a petição que entrava com um processo de reparação contra a Iurd, pelos danos causados à sua imagem. Sua filha carnal, Jaciara Ribeiro dos Santos, assumiu a luta pelos direitos violados de sua mãe, e com a ajuda da assessoria jurídica do Koinonia, depois de uma longa disputa legal, conseguiu vencer a Iurd no campo do direito , obrigando-os a pagar uma indenização para a família de mãe Gilda.
2007
LEI NACIONAL DE COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Devido a esse ocorrido, no dia 21 de janeiro de 2007, em homenagem à mãe Gilda de Ogum, foi instaurada pela lei 11.635 e passou a ser celebrado em todo o território nacional, o dia do combate à intolerância religiosa no Brasil. A iyalorixá Jaciara Ribeiro herdou, desde então, não só a herança religiosa de sua mãe, o Axé Abassá de Ogum, mas também a herança política, transformando-se no principal ícone da luta contra a intolerância religiosa no Brasil.
2010
IYALORIXÁ JACIARA RIBEIRO EM ATUAÇÃO
Em 2010, foi convidada para ocupar o cargo de coordenadora do “Projeto Mulheres da Paz”, tornando-se a primeira iyalorixá da história brasileira a coordenar um projeto de âmbito federal. Atuou na Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), foi coordenadora do Coletivo de Entidades Negras (CEN) e eleita vice-presidenta do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra - CDCN, representando a Sociedade Civil no segmento Religião de Matriz Africana. Atualmente é coordenadora do Departamento de Gênero e Diversidade do Malê Debalê. Idealizou e preside a feira “Ya Lagbara”, que ocorre periodicamente no Parque Metropolitano da Lagoa do Abaeté, que tem o intuito de empoderar pequenos empreendedores do bairro de Itapuã.
2014
HOMENAGEM A MÃE GILGA DE OGUM
Em consequência de seu engajamento, em 28 de novembro de 2014 foi inaugurado o busto de mãe Gilda de Ogum, no Parque Metropolitano da lagoa do Abaeté, monumento que simboliza a luta do povo afro-brasileiro pelos seus direitos à liberdade religiosa. O busto se tornou o ponto de encontro das reivindicações sociais e epicentro das caminhadas do povo de santo, pela paz e respeito religioso.