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Fonte da foto: arquivo pessoal.

Fonte da foto: arquivo pessoal.

Em 2011, mãe Jaciara Trabalhou na Secretaria de Políticas para as Mulheres – SPM da cidade de Salvador – BA.

Fonte  da foto : Arquivo pessoal.

Fonte da foto : Arquivo pessoal.

Em 2010, mãe Jaciara foi empossada no cargo de coordenadora do “Projeto Mulheres da paz”, tornando-se a primeira Iyalorixá baiana a coordenar um projeto de âmbito federal.

Jaciara Ribeiro. Salvador, 1997.

Jaciara Ribeiro. Salvador, 1997.

Mãe Jaciara é filha de Oxum, a divindade que rege o amor e é considerada a força materna que organiza as relações comunitárias, representando a bondade, a partilha e a liderança ancestral dessa forma de organização social. Talvez (e também) por isso, temos iyalorixás brasileiras de Oxum de imensa importância para a história brasileira, notáveis na capacidade de articulação social e na potencialidade do desenvolvimento comunitário. Como diz mãe Jaciara, “Oxum é água e onde tem água, tem vida”.

Presente para Oxum. Nova Brasília de Itapuã, 1984.

Presente para Oxum. Nova Brasília de Itapuã, 1984.

Hoje, a Lagoa do Abaeté é abandonada pelo poder público. E aí também vem minha história. Com a implantação do busto de mãe Gilda, vem um novo olhar. O Egum da minha mãe habita aquele local. Que se tornou sagrado ainda mais pra mim com a presença, a imagem da minha mãe, que foi uma mulher que lavou roupa na lagoa, que fez vários presentes para Oxum. Então eu tenho pertencimento para falar que a lagoa do Abaeté é uma extensão do terreiro Axé Abassa de Ogum. Oxum está aqui e Oxum está na lagoa. “Então eu amo morar em Itapuã, ser ‘itapuanzeira’, ser dona desse patrimônio ancestral”.

Jaciara Ribeiro carrega consigo o balaio de Oxum, pelas águas sagradas do Abaeté. Salvador, 1984.

Jaciara Ribeiro carrega consigo o balaio de Oxum, pelas águas sagradas do Abaeté. Salvador, 1984.

“Minhas memorias com a lagoa do Abaeté, são memorias com muita alegria, de muita infância, cheia de emoções. Quando eu vim morar aqui, na lagoa do Abaeté, ela não era o que é hoje, não havia a casa da música, não havia bares. Era só a lagoa, a mata, as ganhadeiras... quando minha mãe comprou o terreno aqui, perto da lagoa, a gente era que nem um quilombo mesmo, não tinha luz, não tinha água. E eu acredito que, na minha infância, eu já percebia a invasão e a degradação feita à lagoa. Por ser uma filha de Oxum, e saber que Oxum é a água doce, eu já tinha isso dentro de mim, de cuidar da muito bem dela”.

Espelho da ancestralidade: Mãe Jaciara segura o quadro de mãe Gilda, na força da justiça de Ogum. Salvador, 2013.

Espelho da ancestralidade: Mãe Jaciara segura o quadro de mãe Gilda, na força da justiça de Ogum. Salvador, 2013.

Em 1999, a mesma fotografia de Mãe Gilda, utilizada pela Veja, voltou a estampar um veículo midiático. A “Folha Universal”, jornal ligado a Igreja Universal do Reino de Deus, divulgou em uma das suas edições a foto de Mãe Gilda na capa, trazendo uma tarja preta nos olhos, com a legenda “Macumbeiros e charlatões lesam o bolso e a vida de clientes”. Mãe Gilda faleceu devido a um enfarto, um ano após a matéria divulgada pela folha Universal. A morte veio por agravamentos de sua saúde em consequência da sua foto exposta no jornal. Mãe Gilda nos deixou fisicamente, mas a morte pelo esquecimento não pode mais lhe tocar. Esta marcada na memória ancestral como a mulher que venceu o racismo religioso, impôs sua luta à história oficial e abriu caminhos para novas estratégias de luta para as gerações que virão.

“Kosi mi fara owé” (nada no mundo que possa contra mim, aqui estamos).
(Frase exposta no busto de mãe Gilda).

Mãe Jaciara e o busto de mãe Gilda: Espelho da ancestralidade. Salvador, 2014.

Mãe Jaciara e o busto de mãe Gilda: Espelho da ancestralidade. Salvador, 2014.

Herdeira do terreiro e das lutas políticas da mãe carnal, Jaciara Ribeiro tornou-se a Iyalorixá do Axé Abassá de Ogum e porta voz contemporânea da luta contra a intolerância religiosa no Brasil. Processou e venceu na justiça a IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) pelo uso indevido da imagem de sua mãe, depois de uma intensa luta jurídica que ficou conhecida como “caso Mãe Gilda”. Esteve presente em vários cargos ligados ao governo estadual e federal e atualmente se articula aos movimentos sociais, participa de debates políticos e acadêmicos, movimentos ecumênicos, entrevistas e documentários.
Desde 2007, após a lei 11.635, o dia 21 de janeiro, dia da morte de Mãe Gilda, passou a ser celebrado em todo país como o “Dia Nacional de Combate à Intolerância religiosa”. Em 2014, foi erguido no largo da Lagoa do Abaeté o busto de Mãe Gilda de Ogum, monumento que representa sua luta e dos povos de terreiro pela liberdade religiosa. Na foto à esquerda, a Iyalorixá Jaciara Ribeiro segura o quadro de mãe Gilda, incorporada em seu Ogum. Na foto à direita, o busto de Mãe Gilda de Ogum e o rosto de mãe Jaciara, lado a lado nas lutas ancestrais.

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1ª Travessa Luiz Viana Filho, nº 17, Nova Brasília de Itapuã
ileabassadeogum@gmail.com  |  Tel: 071 3285-1769
Elaborado por: Daniel Uender; Diego da Hora; Henrique Vasques; Ney Monteiro, discentes do curso de Turismo e Hotelaria da UNEB - Universidade do Estado da Bahia, Campus I, Salvador-BA, em projeto da disciplina de Técnicas Publicitárias, 7º Semestre, tendo a orientação do docente Suênio Lucena

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